PALESTRANTES
FRANKLIN JORGE
É um escritor potiguar que traz em suas obras as marcas da identidade cultural do seu povo. Vencedor do Prêmio Câmara Cascudo por sua obra em 1998, ano do centenário de nascimento do seu mestre Câmara Cascudo. Com base em sua produção literária, o escritor potiguar Franklin Jorge discutirá o tema Figurações africanas e afro-brasileiras na literatura e na cultura, pois em sua obra voltada ao viés mais antropológica da cultura afro-brasileira como discípulo do grande etnógrafo e folclorista Luís da Câmara Cascudo, apresenta a cultura de resistência dos povos afrodescendentes do Rio Grande do Norte, como em sua obra Ficções, Fricções e Africçõesdá voz aos “Negros de Dão Pedro”, identidade historicamente construídas pela comunidade negra do Pegas no município de Portalegre no RN. Como também em sua obra O Livro dos Afiguraves entrevistou e mais uma vez deu voz a memória das minorias afrobrasileiras, como os negros do Cachimbo Eterno em Luís Gomes no mesmo estado, que tinham na dança do maracatu e nos verso de improviso a sua crônica de defesa contra apartação social que sofriam desde os tempos da escravidão. Na obra A Idade dos Nomes, ainda não publicado, o autor rememora o seu convívio na infância com negras remanescentes do tempo da escravidão que na velhice passaram a cantar em sua língua ancestral. Também conviveu com poetas populares negros como Chico Traíra de Assu e Antônio Glicério de Ceará-Mirim, filho da escrava Sancha. Essas vozes influenciaram a atmosfera etnográfica da obra de Fraklin Jorge e traz a tona a rica cultura dos povos afro-brasileiros, riqueza muitas vezes escondida numa aparente simplicidade.
Essas pessoas faleceram por volta da primeira metade do século XX e em 1950 suas últimas vozes morrerem fisicamente, mas o discurso literário presente na obra de Franklin Jorge reaviva a identidade desses povos que tanto contribuíram na construção da riqueza econômica Brasil e de sua identidade cultural.
JOSÉ HENRIQUE DE FREITAS SANTOS
É Professor Adjunto III do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, onde trabalha, na graduação, com componentes curriculares ligados à Língua, poder e diversidade cultural e à Leitura e Produção de Textos. Doutor em Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura é docente do quadro permanente do Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura do ILUFBA e do Mestrado Profissional em Letras - PROFLETRAS. Atualmente coordena o grupo de pesquisa "Rasuras: letramentos negros" e é tutor do PET Comunidades Populares (Interdisciplinar). Integra ainda o NELT - Núcleo de Estudos das Linguagens e suas Tecnologias (UFBA). Seus campos de atuação são: Língua Portuguesa, Letramentos, Estudos étnicos, Literaturas de língua portuguesa, Estudos culturais.
Informações coletadas do Lattes em 24/07/2016
MARIA SOCORRO DE FIGUEIRÊDO
É assistente social por formação e técnica educacional por profissão, mas antropóloga, memorialista, atriz e produtora cultural por vocação e atuação. Nascida no interior o Rio Grande do Norte, na serra de Luís Gomes, desde cedo conviveu com a cultura popular dos afrodescendentes, como a crônica social tecida nos versos de improviso do maracatu das ruas dos negros, como o Cachimbo Eterno e o Emboca, na cultura dos ciganos, dos andarilhos, das histórias eternizadas pela transmissão oral memorial. Muitos personagens eternizados por Franklin Jorge foram apresentados por ela ao escritor, numa jornada etnográfica pelo sertão potiguar. Essas marcas foram significativas em sua formação e se inscreveram em sua trajetória artística, no teatro popular que percorreu todo o Estado, e que buscou dá vida e voz aos personagens reais que integraram a sua história de vida. Atualmente é grande colaboradora cultural da Fundação Educacional Francisca Fernandes Claudino, para onde doou a biblioteca de uma vida inteira e deseja se dedicar ao teatro, buscando encenar peças como Autos de Natal e Quando a Coluna Passou, sobre a passagem da Coluna Prestes no Estado. Grande conhecedora da literatura oral e da cultura popular afro-brasileira nos apresentará o viés ancestral dos povos formadores da nossa literatura.
TÂNIA MARIA DE ARAÚJO LIMA
O GPORT, empenhado em divulgar a literatura de língua portuguesa, cartografias literárias e culturas africanas e afro-brasileiras, tem como palestrante convidada a professora Tânia Lima, maranhense, poetisa, doutora pela Universidade Federal de Pernambuco com tese sobre a poesia dos mangues. É ganhadora dos prêmios Xerox do Brasil em 2001 e Prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira em 2003, pela revista Cult no Rio de Janeiro. Atualmente coordena o Projeto Literário CON VERSA COM PROSA Editora responsável pela Revista virtual Mangues & Letras e participa da organização do Congresso Internacional de Culturas Africanas – GRIOTS. Professora de Literaturas em Língua Portuguesa no Departamento de Letras UFRN. Feminista e antirracista, participa de grupos de pesquisa voltados às questões de gênero e combate ao racismo no mundo.